Hidrogênio Verde: amônia no passado, presente e futuro
Já é sabido que a amônia é um fluido refrigerante sustentável porque além de ser reconhecida como o refrigerante mais ecológico, ela pertence ao grupo dos denominados refrigerantes “naturais”, uma vez que a amônia apresenta zero potencial de aquecimento global (GWP) e zero potencial de destruição da camada do ozônio (ODP). Sendo um elemento químico natural, a amônia é facilmente encontrada no meio ambiente através da água e do ar. Entre suas características, este refrigerante apresenta uma das aplicações mais eficientes com uma faixa de aplicação que compreende de altas a baixas temperaturas. Com o constante foco no consumo de energia observado na atualidade, os sistemas com amônia são uma opção segura e sustentável para o futuro. Mas não é só: a amônia também pode ser utilizada como vetor para uma fonte de energia mais limpa.
Do cinza ao verde
A amônia (NH3) é um compos
to químico à base e nitrogênio e hidrogênio amplamente utilizado na produção de fertilizantes e produtos químicos industriais. Atualmente, a amônia é produzida a partir do gás natural, emitindo duas toneladas de CO₂ para cada tonelada de amônia em seu processo de produção. Por esse motivo, a amônia convencional é chamada de amônia cinza.
Já a amônia verde não emite CO2 em seu processo de produção levando o mercado a prever que haverá um crescimento exponencial de sua produção e, dessa forma a amônia verde substituirá a amônia cinza.
Hidrogênio Verde
Além de ser utilizada em diversas indústrias, principalmente na Refrigeração, a amônia verde é utilizada como meio de transporte para o hidrogênio verde (H2V). “Uma alternativa mais limpa para os processos”, informa o diretor comercial da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni. Produzido por meio da eletrólise da água, em que é utilizada energia elétrica de fontes renováveis, o hidrogênio verde pode ser utilizado como combustível em motores ou gerar eletricidade em células a combustível. O H2V pode ser usado também como insumo sustentável para a cadeia de produção industrial, como combustível para o mercado de energia e transporte, e como fonte de energia quando combinado às células a combustível. Seu potencial é mais abrangente ainda: pode ser empregado na siderurgia e na indústria de fertilizantes. O hidrogênio verde também pode ser aproveitado para gerar eletricidade e água potável.
Presente e Futuro
Mas por que não transportar hidrogênio diretamente? Guglielmoni explica que o transporte de hidrogênio por si só, apresenta custo elevado. Além disso o mais vantajoso economicamente e o mais seguro é converter o hidrogênio verde em amônia, já que a amônia apresenta densidade menor e por isso pode ser transportada em maior quantidade. “Quando o navio chegar em seu destino, maior quantidade deste refrigerante será transformado em hidrogênio verde com custo bem menor, sendo, dessa forma, também mais comercializado”, observa o diretor da Mayekawa, que complementa: “Sem dúvida, num futuro próximo precisaremos importar e exportar grandes quantidades de hidrogênio verde”, finaliza.
